Tom Zé & Marcelo Blanck
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- Consultoria em tecnologia de som
- Produção, técnica de som e músico instrumentista em eventos, shows e projetos
- Participação do processo criativo com arranjos, composições, gravações e experimentações
- Engenharia de som e participação musical nos discos: Danç-eh-sá (2006) e Estudando a Bossa (2008)
- Assessoria acústica e instrumental
- Criação e desenvolvimento de instrumentos e timbres experimentais
- Produção, arranjos e participação no tributo a Walter Smetak com Tom Zé e Omnikestra no SESC Vila Mariana SP (2015)
Leia abaixo texto que escrevi para descrever os últimos processos de trabalho com o Tom Zé:
Foi pensando em som, e não em música, que comecei a trabalhar nos instrumentos Buzinório e Hertzé do Tom Zé. Com o objetivo de melhorar o timbre, a tocabilidade, o design e o transporte dos instrumentos, estudei engenharia elétrica, acústica, eletrônica, marcenaria e artesanato, além de muito experimento com tentativas e erros.
A primeira grande evolução no Buzinório foi descobrir que para trabalhar o volume das buzinas era necessário uma fonte de tensão variável (de 8.5 a 13 volts AC) com alta amperagem (mínimo 10A), uma pesquisa que demorou meses. Já a solução para conseguir variar a frequência foi gravar as buzinas e processar o áudio eletronicamente através de um sampler ligado a um pedal de pitch shifter com pedal de expressão, e o som das buzinas com glissandos é revelado por cornetas e falantes de automóveis. Depois veio a engenharia do teclado com botões para simplificar a tocabilidade das buzinas mecânicas e de ar comprimido com o sampler. Para variar a afinação das buzinas navais, de ar comprimido, introduzi outras mangueiras dentro das cornetas, além daquelas que encaminham o ar do compressor para as buzinas. As cabaças deram o toque final para o acabamento visual do novo Buzinório.
Já para o Hertzé, foi mantido o mesmo gravador multipistas MD-8 que o Tom Zé já havia experimentado. Para resolver a dificuldade em tocar o instrumento, que era feito pelos faders, fiz um processo de reendereçamento do sinal de áudio e construí um novo teclado com botões. O segundo desafio foi o de montar os timbres (as fontes sonoras): violinos graves, violinos agudos, vozes graves, vozes agudas, entre outros. Tudo isso pode ser tocado pela mesma corneta e falantes do sampler com as buzinas.
Depois criei um instrumento novo, com berimbaus, complementando a identidade visual do Buzinório. Adaptei tarraxas de contra-baixo em cinco berimbaus para poder desafiná-los intencionalmente e juntei quatro berimbaus em um só, um aparafusado no outro, criando novas formas de tocar e produzindo novos timbres. Tom Zé batizou esse instrumento de Berimblanck.
Já na área musical, um pequeno e importante detalhe de uma levada de violão do Tom Zé, que deixa a música mais "balançada", me fez estudar por muitos meses para compreender e executar naturalmente. Uma pequena deslocada temporal, atrasando a levada em uma semi-colcheia, ou uma colcheia, até agora não sei ao certo, mas que sacolejam a música. Com essa levada incorporada e os instrumentos experimentais no gatilho, comecei a criar e gravar alguns arranjos experimentais bem interessantes.
Foi pensando em som, e não em música, que comecei a trabalhar nos instrumentos Buzinório e Hertzé do Tom Zé. Com o objetivo de melhorar o timbre, a tocabilidade, o design e o transporte dos instrumentos, estudei engenharia elétrica, acústica, eletrônica, marcenaria e artesanato, além de muito experimento com tentativas e erros.
A primeira grande evolução no Buzinório foi descobrir que para trabalhar o volume das buzinas era necessário uma fonte de tensão variável (de 8.5 a 13 volts AC) com alta amperagem (mínimo 10A), uma pesquisa que demorou meses. Já a solução para conseguir variar a frequência foi gravar as buzinas e processar o áudio eletronicamente através de um sampler ligado a um pedal de pitch shifter com pedal de expressão, e o som das buzinas com glissandos é revelado por cornetas e falantes de automóveis. Depois veio a engenharia do teclado com botões para simplificar a tocabilidade das buzinas mecânicas e de ar comprimido com o sampler. Para variar a afinação das buzinas navais, de ar comprimido, introduzi outras mangueiras dentro das cornetas, além daquelas que encaminham o ar do compressor para as buzinas. As cabaças deram o toque final para o acabamento visual do novo Buzinório.
Já para o Hertzé, foi mantido o mesmo gravador multipistas MD-8 que o Tom Zé já havia experimentado. Para resolver a dificuldade em tocar o instrumento, que era feito pelos faders, fiz um processo de reendereçamento do sinal de áudio e construí um novo teclado com botões. O segundo desafio foi o de montar os timbres (as fontes sonoras): violinos graves, violinos agudos, vozes graves, vozes agudas, entre outros. Tudo isso pode ser tocado pela mesma corneta e falantes do sampler com as buzinas.
Depois criei um instrumento novo, com berimbaus, complementando a identidade visual do Buzinório. Adaptei tarraxas de contra-baixo em cinco berimbaus para poder desafiná-los intencionalmente e juntei quatro berimbaus em um só, um aparafusado no outro, criando novas formas de tocar e produzindo novos timbres. Tom Zé batizou esse instrumento de Berimblanck.
Já na área musical, um pequeno e importante detalhe de uma levada de violão do Tom Zé, que deixa a música mais "balançada", me fez estudar por muitos meses para compreender e executar naturalmente. Uma pequena deslocada temporal, atrasando a levada em uma semi-colcheia, ou uma colcheia, até agora não sei ao certo, mas que sacolejam a música. Com essa levada incorporada e os instrumentos experimentais no gatilho, comecei a criar e gravar alguns arranjos experimentais bem interessantes.